segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

GESTÃO DE EQUIPAMENTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL.

Gestão Logística de equipamentos na construção Civil.








Sim! É possível a partir do momento que cada obra aplicar seus recursos de acordo com as necessidades de cada  atividade. Um recurso bem planejado possui alguns objetivos principais como redução de mão de obra, tempo de execução e custo da obra. Existe ainda muitas obras que não sabe a real função de cada equipamento.

Apesar do progresso vivido nos últimos anos, o setor da construção civil ainda é um dos setores com índices de desperdícios consideráveis, e esses assumem formas variadas, com origem nas diversas etapas do processo da construção o que demanda planejamento sistemático de todos os processos e recursos de uma obra.
Entretanto, dispor de elementos que garantam a qualidade no gerenciamento da obra não é suficiente para garantir a qualidade na execução da obra. Isto somente é possível caso se considere também a qualidade no recebimento de materiais e equipamentos e a qualidade na execução dos serviços de cada etapa da obra. (SOUZA, 1995).
Existem diversos equipamentos usados nos canteiros de obras, uns de uso obrigatório e outros que são adquiridos sob análise da viabilidade de suas operações nas obras, levando em consideração a adequação de suas especificações, com as atividades em que serão empregados.
As perdas relativas aos equipamentos de transporte são grandes, levando em consideração problemas com o uso excessivo ou inadequado, provenientes de uma má programação das atividades como, por exemplo: tempo excessivo despendido em transporte, quebras devido manuseio inadequado ou ao uso de equipamentos inadequados para realização de determinadas tarefas.
A otimização do uso dos equipamentos inerentes à construção civil, deve estar inserida na política de redução de custo da obra. A falta de equipamentos adequados à determinada tarefa, bem como a aquisição desnecessária de equipamentos em determinados momentos, tem exigido uma maior atenção dos gestores de obra, para implementação de planos de planejamento e gerência, no sentido de criar critérios de aquisição, bem como logísticas adequadas de instalação e uso dessas máquinas nos canteiros.
A construção civil não tem vida própria sem o uso dos diversos equipamentos inerentes ao setor, e essa diversidade que engloba máquinas como ferramentas, vai desde pequenos protetores auriculares, a grandiosas máquinas pesadas.
Construtoras apostam no avanço da tecnologia e disponibilizam nos canteiros
um número maior de máquinas a cada dia, muitas vezes para substituir a mão-deobra
especializada e para alcançar a produtividade almejada. Para isso, as empresas estabelecem um criterioso cronograma de obra, de forma a obter uma boa redução de custos na hora de locar esses equipamentos. (TATEOKA, 2004)
Segundo Alves (2008), apesar de o mercado não ter dados com o perfil da demanda e oferta de máquinas e equipamentos na construção civil, as dificuldades que construtoras e incorporadoras estão encontrando revelam que já há escassez na área.
Um dos dados mais contundentes diz respeito à distribuição geográfica das empresas de locação: 80% das locadoras estão nas regiões Sul e Sudeste do País, enquanto Centro-Oeste, Norte e Nordeste dividem os outros 20%. Só São Paulo concentra 48% do total de empresas. Os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo somam 22%. A região Sul abriga 10% das locadoras; Centro-Oeste, 9% e Norte e Nordeste, juntas, 11%.
Esse dado mostra a grande fragilidade que se tem quando se toca uma obra no Centro-Oeste ou no Norte e Nordeste. Não há a possibilidade de locar equipamento e, quando há, o preço inviabiliza porque a oferta é pequena.

Para minimizar os efeitos desta situação, as empresas precisam otimizar o uso dos equipamentos no canteiro através da aquisição de equipamentos que se adéquem de forma mais otimizada possível, evitando desperdícios desnecessários . Analisar qual a real necessidade do equipamento que a construtora precisa é um fator determinante com relação aos custos, pois alguns equipamentos podem dispor do mesmo serviço, porém, com preço mais acessível ou com mais agilidade.
A consideração de alguns fatores como: viabilidade técnica e econômica; treinamento operacional; o tipo e o espaço físico da obra; o cronograma; o processo executivo; a segurança; a capacidade e o espaço para locomoção, são determinantes para otimização dos resultados que se espera do equipamento nas diversas atividades realizadas em um determinado canteiro de obra.

Os diferentes métodos de transporte possíveis de serem utilizados em uma obra devem ser avaliados com base em critérios técnico-econômicos e quanto à sua adequação ao uso previsto. É razoável que se faça uma pré-seleção de métodos, para que apenas aqueles mais adequados sejam pesquisados de forma aprofundada. Os seguintes critérios devem ser atendidos obrigatoriamente:
·         Possibilidade de obtenção dos meios de produção e equipamentos necessários para a utilização do método na obra;
·         Existência de espaço físico suficiente para a utilização do método;
·         Possibilidade de alcance de todas as distâncias e direções de transporte, que são condicionados pela forma do edifício, através da combinação de métodos.

 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO LOGÍSTICO DO EQUIPAMENTO.

Em qualquer tipo de obra é preciso fazer a relação entre mão-de-obra e o tipo de mecanização mais adequada, em obras de grande porte a mecanização tem um peso maior, mas em obras de edificações com cronograma apertado e com transporte vertical, a mecanização pode ser usada em paralelo com uma demanda maior de mão-de-obra operacional, nesse tipo de obra e preciso ter um planejamento logístico do canteiro, prever a capacidade técnica do operador e o espaço disponível para a locação ou locomoção dos equipamentos de grande porte, como por exemplo os guindastes de torre ou gruas, os elevadores a cabo ou os elevadores de cremalheira.
Segundo (Gehbauer, 2002), um bom planejamento deve visar à maior eficiência possível dos transportes do canteiro e, para isso, devem ser considerados os seguintes aspectos:
·         A montagem dos equipamentos de transporte;
·         A disposição ideal para o depósito de materiais;
·         O fluxo de materiais, tanto quanto possível sem desvios, evitando depósitos intermediários.

Diferentes estratégias vêm sendo implementadas na busca de maior eficiência na atividade de produção de empreendimentos. Dentre essas estratégias podemos citar a racionalização, que é vista como um elemento de vital importância em todos os processos da construção civil (FRANCO, 1996).
Os resultados que a racionalização pode trazer em uma obra são vários, e podem contribuir de maneira direta e indireta em todos os processos ao longo do ciclo de vida de uma obra. Nesse contexto, define-se racionalização como o estudo desse sistema de produção formado com base na realidade e tendo como meta a definição de melhorias. Os próprios processos de planejamento, administração, execução do trabalho e manutenção de edificações escondem algumas oportunidades de racionalização. (GEHBAUER, 2004).
Segundo Silva (2009), para a execução de um projeto, são necessários recursos financeiros, recursos humanos, onde deve ser criado um planejamento e gerenciamento da mão-de-obra e recursos de maquinários e equipamentos, onde também deve ser criado um plano de planejamento e gerenciamento.
Muitas obras não possuem esse plano de planejamento e gerenciamento de maquinários e equipamentos, ou seja, não possuem um cronograma de equipamentos incorporado ao projeto e que esteja utilizado constantemente com o cronograma físico da obra, isso porque o processo de execução dos serviços é dinâmico, inter-relacionado, interagente e independente.
Para a criação do cronograma de equipamentos, o cronograma físico da obra deve estar definido, assim como o método e o processo de execução e o pessoal de operação. São levantadas todas as atividades que irão mobilizar equipamentos e o tempo em que cada tipo de equipamentos será utilizado, tudo em função do cronograma físico da obra.
A mecanização tem grande importância financeira na obra por conta da redução de mão-de-obra, desperdício de materiais e prazo de conclusão. As vantagens dessa mecanização aumenta o investimento e a viabilidade dos equipamentos forem previamente planejados, facilitando a organização dos processos produtivos e o aumento da qualidade dos serviços. Essa mecanização do canteiro reduz custos indiretamente, mas o custo direto de mecanização deve ser calculado de forma que se enquadre dentro da margem de custo do serviço e dentro do valor global da obra. É preciso saber quais equipamentos e onde devem ser empregados, para que se tenha uma economia de recursos.


Alexandre da Silva
Construelog - Planejando na frente.