quinta-feira, 9 de julho de 2015

O QUE AS EMPRESAS DEVEM FAZER EM TEMPOS DE CRISE.

Rever o planejamento estratégico, entender exatamente o caminho a ser percorrido esse será um dos fatores iniciais. A crise financeira obriga as empresas a pensar duas vezes quando o assunto é perda do faturamento, aumento das despesas fixas e principalmente no que se refere a gastar dinheiro.
Cortar custos tornou-se palavra de ordem e, neste contexto, não somente um, mas todos os departamentos de uma empresa ficam sem verba para as suas ações. Por quê? Porque para uma grande parte de quem toma decisões o montante aplicado é visto como uma despesa e não como um investimento.
No cômputo geral, demissões, paralisação de projetos, queda nos investimentos e corte do que pode ser colocado em segundo plano é o raciocínio aparentemente lógico para diminuir despesas. Entretanto, a fórmula ou solução ideal pode não ser essa e pede critérios mais específicos.

Entender onde estão os custos e onde se estabelecem os ganhos exige uma visão clara e simplificada das etapas e processos do negócio.

Conhecer com maior detalhe seus funcionamentos permite à empresa avaliar as melhores estratégias e ter mais condições de acertar na forma de trabalhar para atender seus clientes interno e externo.
O Planejamento estratégico Logístico com certeza pode ser a grande aliada nesse momento crítico. Redução de custos corporativos, mudança de processos de negócios e uso da informação, além das atividades diárias de trabalho, faz da Logística uma área de extrema e vital importância para as empresas. Juntamente com a governança corporativa, o uso das ferramentas de analise de processos logísticos em canteiros de obras pode exercer funções essenciais na identificação dos projetos que trarão resultados imediatos, eficiência operacional e competitividade à organização.



Revisar, identificar, levantar, descrever e monitorar processos leva a avaliação e aceleração de necessidades e transparecem informações mais acessíveis, rápidas e positivas a tomadas de decisões corporativas. O BPMN (Business Process Modeling Notation) é uma metodologia e ferramental com o objetivo de gerir os processos levantados, que combinadas adequadamente, ajudam as empresas a alcançarem sua metas.

Trabalhar com o BPMN requer capacidade, entendimento, conhecimento e envolvimento do fornecedor prestador desse serviço. Entretanto para que um trabalho dessa magnitude tenha sucesso e a certeza do resultado esperado, deve haver plena e efetiva participação das pessoas chaves nos processos de negócios da empresa juntamente com seus executivos.

O emprego dessas metodologias de processos alinhadas com os objetivos e a personalidade da empresa, a analise logística é sem dúvida a grande aliada em demonstrar onde estão os fatores que interferem no bom e mau funcionamento dos processos de negócios e onde podem afetar o resultado financeiro da empresa, ainda mas quando o assunto é canteiro de obras.

Quantas vezes percebemos no levantamento dos processos que existe redundância de ações ou informações, agregação de valor ou não a atividade realizada. A fase seguinte a esse trabalho e que pode ser contratado separadamente é a “medição”, ou seja, medir o tempo executado por cada atividade determinando se está ocorrendo gargalo ou afunilamento de tempo afetando a seqüência do processo seguinte. O que ocorre na maioria das vezes é observar área(s) da empresa ociosa ou parada devido a estar aguardando outra(s) área(s) na preparação do produto ou da informação que eles necessitam para dar prosseguimento ao seu trabalho. Um clássico em obras são algumas gerenciadoras que em muitos casos, precisam de uma liberação final do seu cliente, antes de repassar ou liberar alguma atividade para a construtora por exemplo! Esse fato muitas vezes acarreta uma interrupção da produção e consequentemente a atividade sequencial.

Analisando friamente o que podemos tirar de benefício em tempo de crise é enxergar oportunidades de melhoria, realinhamento de atividades e processos na obtenção de sustentabilidade e, acreditar na importância da logística em canteiro de obras aliada à governança corporativa como uma parceira na geração de oportunidade de crescimento para a empresa, criando produtividade e reduzindo os custos.

Por definição, a crise tem começo, meio e fim, e hoje as empresas deve fazer com que a equipe busque o novo em meio a crise.


Alexandre da Silva

Veja nosso próximo tema "Logística reversa de mobiliários e ferramentas de obras".

sexta-feira, 3 de julho de 2015

LOGÍSTICA NO EXÉRCITO.




O Serviço de Intendência é a parte da logística voltada para as atividades de suprimento. Ele distribui o material de intendência (uniformes, equipamentos individuais, etc) e os diversos tipos de munição e de gêneros alimentícios. Proporciona também, em operações, outros serviços como lavanderia e banho. Nas organizações militares os intendentes assessoram os comandantes na administração financeira e na contabilidade.
Incansável e tenaz, a Rainha da Logística realiza um serviço cotidiano e ininterrupto, transportando, suprindo e alimentando. A satisfação da tropa apoiada é o seu maior objetivo. Por isso mesmo, é respeitada e admirada pela sua capacidade de trabalho.
A evolução do material de Intendência é essencialmente dinâmica. Estudos são realizados permanentemente, com o objetivo de aperfeiçoá-lo.


O símbolo

Originário da Grécia e da Itália, o acanto é uma planta espinhosa, de flores brilhantes, cujas folhas compridas, verdes e recortadas, são muito decorativas. Foram largamente utilizadas, como motivos arquitetônicos, em construções de templos e monumentos sacros. Por isso, com o tempo, a folha de acanto passou a ser associada à pureza e à honestidade.
Consta que esse simbolismo permaneceu nas legiões guerreiras de Roma. Os magistrados nomeados para cuidar das finanças militares autenticavam documentos com um sinete que tinha as características da folha do acanto. Na Ilíada, de Homero, também está registrado que, na guerra de Troia, os reis incumbiam oficiais de alta patente pela guarda e gestão dos fundos destinados ao pagamento dos soldados e das demais despesas da campanha. Esses oficiais, nos acampamentos, utilizavam a folha de acanto – por ser grande, ornamental, e, sobretudo, porque amarelava com facilidade – para identificar suas barracas. Assim, em situações emergenciais, eles eram facilmente localizados.
Finalmente, na França, para exercer a administração e controlar a ação dos chefes de exército, foram criados os intendentes; homens que prestavam contas diretamente ao rei. A nomeação destes, para fazer revistas nos regimentos formados, para verificar existência e quantidade de homens e equipamentos, era por escolha entre os nobres de honra ilibada e pureza comprovada. E a Intendência passou então a fazer parte do quadro do Exército no país, tendo o acanto como símbolo do caráter e perfeição moral dos que lidam com o dinheiro público.
Em 1920, com a vinda da Missão Militar Francesa, foi criada a Intendência do Exército Brasileiro; que também ganhou como símbolo a folha de acanto.
Cabe ao Serviço de Intendência atender aos objetivos do Exército Brasileiro no que se refere a atividades logísticas que convergem para o planejamento correto e o provimento oportuno, nos locais determinados e nas quantidades e especificações exigidas. Respeitada e admirada por sua capacidade de trabalho, a Rainha da Logística realiza um serviço cotidiano e ininterrupto, transportando, suprindo e alimentando.
O patrono do Serviço de Intendência é o Marechal Bitencourt.

UM POUCO DA HISTÓRIA DA LOGÍSTICA NO EXÉRCITO.

Nas antigas batalhas, as grandes colunas lutavam com o que seus homens podiam carregar “nas costas” e as preocupações logísticas não iam além do equipamento e do suprimento. Do vestuário ao armamento, passando pelo equipamento e alimentação, todo o necessário para combater e para a sobrevivência era transportado pelo homem, o que os tornavam elementos bastante pesados, dificultando a movimentação das tropas. Com o passar do tempo, e o aumento da mobilidade e da capacidade bélica dos exércitos, as soluções existentes passaram a não se mostrar satisfatórias e a importância da logística militar ficou claramente demonstrada. Segundo Barros e Soares (1996), a Logística, que não raramente é relegada a um plano secundário nos planejamentos operacionais, constitui-se em fator determinante para a condução das operações militares, em qualquer nível, tornando-se a grande responsável por inúmeras vitórias e fracassos nos conflitos armados. Para Campos (1952), a logística é o ramo dos conhecimentos militares que tem por fim proporcionar às Forças Armadas os meios humanos e materiais necessários para satisfazer as exigências de guerra. Figueiredo (2003) definiu logística militar como a parte da administração militar que compreende, em particular, a direção e a execução do suprimento, da hospitalização, da evacuação, do transporte, da manutenção e das comunicações, em proveito das operações militares. Castro (1991, p.69) expõe o termo como “a ciência dos transportes e dos suprimentos, na guerra. É arte de colocar um número exato de homens, no lugar certo, no tempo certo, com o equipamento adequado”. Continuando, afirma: “uma boa Logística, isoladamente, não vence uma guerra é bem verdade, mas uma Logística má por si só constitui a causa da perda dessa guerra” (p.70). Outras definições para a logística militar podem ser colhidas na literatura em geral, algumas foram citadas no capítulo anterior, porém todas pouco diferem em sentido, apesar de variarem bastante na forma. As principais convergências residem em expressões como: organização e funcionamento de diferentes serviços e; satisfação das 50 necessidades humanas e materiais dos seus clientes. Mais de uma década antes do começo do período de desenvolvimento da logística empresarial, os militares executaram o que Ballou (2001) chamou de a mais completa e bem-planejada operação logística na história – a invasão da Europa durante a 2ª Guerra Mundial. Desta batalha, basta destacar que os militares, sozinhos, mantinham estoques valorizados em cerca de 1/3 daquele detido por todas as empresas manufatureiras dos Estados Unidos. Além da experiência no gerenciamento de operações fornecidas em grande escala em tais organizações, os militares das nações economicamente fortes patrocinaram, e continuam a patrocinar, pesquisas em logística em grandes organizações civis. Um recente e importante exemplo de logística militar em larga escala foi o conflito entre os Estados Unidos e o Iraque - que atualmente se prolonga em território iraquiano - durante a invasão iraquiana ao pequeno país Kuwait. O suporte logístico naquela guerra é uma ilustração do que as empresas constantemente divulgam: a boa logística é uma fonte de vantagem competitiva. Ballou (2001, p. 31) cita a obra Good Logistics is Combat Power, de Graham Sharman, de 1991, onde o General William Pagonis, que estava no comando logístico do Exército Americano para a “Tempestade no Deserto”, observou: Quando o Oriente Médio começou a esquentar, pareceu um bom tempo para retirar alguns livros de história sobre combate no deserto, nesta região... Mas nada havia de logística. Logística não é um best seller. Em alguns destes diários, Rommel falou sobre logística. Ele acreditava que os alemães perderam a batalha porque não tinham grandes soldados ou equipamentos – na verdade, os tanques alemães ganharam dos nossos quase em toda a 2ª Guerra Mundial – mas porque a Inglaterra tinha melhor logística. O bom desempenho da logística na 1ª Guerra do Golfo foi óbvio, considerando, por exemplo, que a primeira onda de 200 mil homens e seus equipamentos foi deslocada em um mês e meio, ao passo que, no conflito do Vietnã, demorou nove meses. A aplicação de vários conceitos utilizados atualmente em 51 logística eram evidentes, tais como serviço ao consumidor. Os chefes militares acreditavam que, cuidando das tropas, seus objetivos seriam alcançados, não importando o que acontecesse. Os soldados eram os seus clientes, o que não é diferente de um determinado foco singular nos clientes que muitos negócios de sucesso hoje em dia têm. No Brasil, o Ministério da Defesa (BRASIL, 2001, p. 2-1) definiu Logística como sendo o “conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão de recursos humanos, materiais e animais, quando aplicável, e dos serviços necessários à execução das missões das Forças Armadas”. A Logística representa um conjunto de atividades militares afins, reunidas segundo critérios de relacionamento, interdependência ou de similaridade, correlatas ou de mesma natureza que tem por fim proporcionar às Forças Armadas os meios humanos e materiais necessários para satisfazer as exigências de guerra ou atividades em tempo de paz. Conforme o seu histórico, as Forças Armadas adaptaram as suas doutrinas de logística para situações de conflito a partir dos princípios e normas estabelecidos para a guerra convencional. É da logística a missão de provisão dos recursos equacionadas em quantidade, qualidade, momento e locais adequados. Para isso, é pressuposto que os recursos financeiros sejam alocados conforme as necessidades, caso contrário, ajustes à realidade devem ser introduzidos. Todavia, sem conflitar com os fundamentos doutrinários e as peculiaridades de cada Força, sendo respeitadas, a Logística Militar, segundo o Ministério da Defesa, tendo o cuidado de não se desdobrar em logísticas próprias, pode ditar procedimentos e ações específicas que possam refletir nos respectivos sistemas organizacionais. Considerada como um dos fundamentos da complexa arte da autodefesa em momentos de conflitos, por sua destacada e importante atuação na solução de complexos problemas de apoio às forças militares, a Logística adquiriu posição de relevo no quadro das operações. Todavia, é condição indispensável que haja um perfeito entrosamento entre as atividades de Logística e de Mobilização, visto que existe a possibilidade dos meios alocados pela Logística serem insuficientes, fazendo da Mobilização a provedora de recursos que irá completar e suplementar as necessidades vigentes. Assim é que, independentemente de escalão e de nível de abrangência, o 52 planejamento logístico tem como premissa básica a sua factibilidade, fundamentada na existência de meios reais ou passíveis de mobilização dentro das condições de tempo e espaço delimitadas naquele planejamento. Enfim, a Logística Militar busca adaptar os recursos ao propósito de atingir os objetivos de cada organização, administrativamente ou em operações, com a maior possibilidade de sucesso, com o menor risco possível e com o mínimo de desperdício. Na realidade, não se pode mais imaginar os exércitos sendo capazes de atuação em qualquer situação sem um adequado apoio logístico. A falha em compreender a influência e as limitações impostas pela logística historicamente contribuiu mais para a derrota dos exércitos em campanha do que propriamente a ação do inimigo. Aqueles que, no passado, não se preocuparam ou não planejaram adequadamente o apoio logístico, certamente não conseguiram executar a contento a sua operação. E quem, no presente ou no futuro, não incluir o assunto em sua pauta de prioridades, é sério candidato ao fracasso. Mas quais são as peças que o mais novo barômetro da guerra conta para consecução das suas finalidades? Com os seus serviços técnicos e administrativos. Entre os principais, figura o Serviço de Intendência.