CROSS DOCKING NO CANTEIRO DE OBRA.
Crossdocking, ou cross-docking, define-se como um sistema de
distribuição, no qual a mercadoria recebida em um determinado ponto ou
centro de distribuição, não é estocada como seria prática comum até há pouco
tempo, mas é preparada para o carregamento e distribuição ou expedição a fim de
ser entregue ao cliente ou consumidor imediatamente, ou, pelo menos, o mais
rapidamente possível.
Consiste na
transferência ou movimento dos produtos ou mercadorias do ponto de recebimento
ou recepção, diretamente para o ponto de expedição e entrega, com tempo em
estoque limitado ou, se possível, nulo, permitindo que os responsáveis pelos
centros de distribuição se concentrem no fluxo de produtos ou mercadorias e não
na armazenagem das mesmas.
O crossdocking pode
ser definido como uma operação do sistema de distribuição na qual os produtos
de um veículo são recebidos, separados, e encaminhados para outro veículo. Uma
aplicação do crossdocking (que literalmente designa "atravessamento de
docas"), usada principalmente na execução de entregas em centros urbanos,
onde a circulação de veículos de grande porte sofre restrições sobre a sua
dimensão e peso, impedindo-os de efetuar as entregas. Tais veículos descarregam
seus produtos em um armazém, os produtos cruzam o armazém através de esteiras,
e em seguida carregam outro veículo de menor porte, que efetuará as entregas.
O crossdocking,
pelas razões apontadas acima, também é conhecido por sistema de distribuição (flow
through). (Um processo no qual os produtos vindos de múltiplas localizações são
levados para um armazém central, são realocados de acordo com o destino de
entrega e transporte no mesmo dia. Isto elimina a estocagem e a movimentação
dentro do armazém, reduz o nível de estoques).
Pensando no Crossdoking
no canteiro de obra, consistiria na definição de um local onde toda mercadoria
é recebida em um curto período de tempo e já transportada para as frentes de
serviço dos empreiteiros. Em um estudo feito em um canteiro de obra,
verificamos que a construtora definiu um período de tempo para descarga e movimentação
de blocos e argamassa na área do crossdoking até o pavimento onde a atividade
estava sendo executada a operação total para cada fornecedor era de 02:30
horas, Caso o empreiteiro ultrapassasse o período, o
encarregado da construtora retirava a
mercadoria da área de descarga com o apoio de equipamentos
ou mão de obra e os custos dessas operações eram repassados para o empreiteiro.
Com o uso da tecnologia BIM, a logística ficou muito mais clara quando o
assunto é quantitativo de material por área ou setor. Esse quantitativo que
determina as cargas que chegará na obra.
Quais cuidados que
devemos tomar na escolha do local de montagem do cross doking?
Utilizando esse
sistema de cross-docking na obra a obra além de garante uma organização e um
controle dos insumos utilizados diretamente em cada ponto de consumo, garante
também um bom gerenciamento de materiais por área da obra.
A área de
cross-docking devem ser estudadas em profundidade, uma vez que são pontos
muitas vezes próximos da portaria. É necessário projetar cuidadosamente sua
distribuição no exterior do canteiro e escolher o tipo de cross-docking ideal
em função do espaço disponível. Por tanto, para contar com a área de
cross-docking ideal é preciso ter em conta vários fatores. Antes de decidir o
tipo de área que será disponibilizada nos acessos do canteiro, é necessário
projetar a sua distribuição no interior da obra ou área de recuo. Para tal,
é necessário contar com vários fatores.
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O primeiro deles é definir se será seguida uma política just-in-time.
Em caso afirmativo, a disposição pode se converter em um aspecto crítico,
exigindo uma análise cuidadosa de cada uma das áreas que devem ser atendidas,
dos tipos de cargas, da frequência das entregas, da acessibilidade da zona, das
necessidades de espaço para os caminhões, etc.
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Outro aspecto fundamental sobre a decisão de distribuição da área de
crossdocking é se receberão caminhões de grande capacidade. As
tendências atuais indicam que, cada vez mais, serão utilizados veículos mais
compactos devido ao acesso nos grandes centros urbanos. Portanto, quando se
planeja a localização da área, seria conveniente assegurar-se de ter uma zona
ampla para a aproximação, a manobra e a acumulação de veículos de tamanho
grande como carretas de aço, cimbramento, estruturas metálicas etc..
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O terceiro fator de importância no desenho da área é a existência
de declives no terreno. O declive nas zonas de descarga deve ser sempre o menor
possível. Quanto menos declive existir, menor será possibilidade de erros e
acidentes. Se no canteiro houver a necessidade de receber veículos de grande
volume, pode ser necessário instalar alguns dispositivos especiais, um pórtico
ou empilhadeira especial.
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Os aspectos que influenciam na definição da área de crossdocking não são
apenas técnicos, também são estéticos e organizacionais. Quando se planeja
o conjunto, pretende-se sempre que estejam próximos das portarias de entrada e
saída das dependências destinadas aos escritórios e principalmente cremalheiras,
gruas, guindastes etc...Isso nem sempre é possível, pois se sabe que a
alteração de layout em certos canteiros de obra é muito dinâmica.
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Também há fatores produtivos a serem considerados. No que se
refere à eficácia da área de cross docking no canteiro, uma possibilidade para
aumentá-las é combinar, em uma mesma área, o recebimento e a distribuição. Essa
solução reduz drasticamente os custos e, sobretudo, incrementa a utilização do
equipamento de manipulação e do pessoal.
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Os detalhes a serem considerados para determinar a definição da área de
cross-docking nos canteiros podem influenciar significativamente em sua
eficiência. É preciso considerar que esses acessos abrem e fecham
constantemente, portanto, podem impactar diretamente nas condições de
segurança do exterior e interior do canteiro. Dessa forma, pode ser
conveniente prever as sinalizações a fim de reduzir os eventuais problemas com
pedestres, equipamentos e veículos.
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Finalmente, é importante prever as possibilidades de expansão
futura da área e assegurar-se de que o espaço adicionado no futuro poderá
ser integrado ao atual de uma forma lógica, mas sem que isso venha a afetar o
desenvolvimento normal das atividades no canteiro.
Um aspecto que deve
ser determinado durante o desenrolar da área de cross-docking é quantas
delas devem ser disponibilizadas. O número de áreas de dependerá do tamanho do
canteiro de obra, do fluxo de materiais, do volume de entregas, do momento em
que se receba a maioria das mercadorias, do tempo necessário para descarregar e
transferir todas as cargas recebidas ao seu lugar de destino e do número de
meios de manuseio disponíveis.
A área de
crossdocking deverá ter piso de concreto, ser isolada das demais áreas do
canteiro, deverá possuir sinalizações, ponto de escoamento de água laterais,
iluminação, pois no centro urbano as cargas costumam chegar após as 22:00
devido às restrições.
O operador dessa
área deverá possuir um rádio transmissor, onde tenha contato direto com a
engenharia, almoxarifado, suprimentos compras etc...