segunda-feira, 14 de setembro de 2015

ENTREGAMOS A OBRA! DESMOBILIZAMOS O CANTEIRO, ONDE ESTÃO OS MOBILIÁRIOS E EQUIPAMENTOS?


 Analisar processos, refazer cálculos esse é o grande momento. A situação econômica  que aflige o país, apresenta diferentes resultados para diferentes mercados, e que força as empresas  a se adaptarem e replanejar suas diferentes áreas e processos justamente para garantir a saúde dos negócios. Mas existem  processos que não são percebidos, como por exemplo o processo de desmobilização de um canteiro de obra. Você já parou para analisar como ele é complexo? A sua complexidade vai desde do momento de desmontar as áreas de vivência conforme efetivo da obra, até  destinar todos os resíduos que possam atrapalhar uma entrega. O que não devemos esquecer que no meio dessa desmobilização existem equipamentos, mobiliários e ferramentas com altos valores e que todo esse material pertence a empresa e é a mesma que delega essa responsabilidade de cuidar aos seus usuários, ou seja ao engenheiro e seus subordinados. No desespero e calor do momento de uma desmobilização, esse pensamento é muitas vezes é ignorado por muitos. É normal visitar algumas obras e nos deparar com  alguns equipamentos e mobiliários como geladeiras, televisores, aparelhos de ar- condicionado, cadeiras, computadores e laser rotativos, que simplesmente estão em situações degradantes ou simplesmente foram extraviados durante a obra. É visível que exista uma certa dificuldade na gestão desses patrimônios.Entendemos que muitas vezes esse custo aparece como elemento surpresa no orçamento final da obra. Pequenos detalhes que faz com que a empresa obtenha vantagens competitivas, faz toda diferença nesse momento. Mas a pergunta é, qual o destino desses equipamentos pós obra? Em um dos trabalhos de logística reversa feita em algumas obras, foram constatado que 45% dos mobiliários, ferramentas e equipamentos são extraviados 35% são danificados e descartados no meio dos resíduos,15 % são reutilizados em alguma outra obra  e 5 % são armazenados em um galpão qualquer? A diretoria de obra,tem ciência do descarte desse equipamento? E a área de suprimentos que muitas vezes realizam uma ou mais compras para uma mesma obra do mesmo equipamento,será que alguém controla esses pedidos rotineiros por obra?Um gestor que acabou de finalizar uma obra e não possui ferramenta para começar a próxima, será que é feita a pergunta aonde estão os mobiliários e equipamentos da obra anterior? É como se perguntasse, cade seu kit obra?
                                                                                                                                                      Muitas perguntas e poucas respostas, pois hoje atualmente só pensamos em entregar uma obra a qualquer custo, não que esse não seja um dos principais pontos, mas realizar uma entrega planejada é eficiente faz com que a empresa ganhe financeiramente benefícios em sua próxima obra.

Vamos utilizar como exemplo, um televisor LCD 40" utilizada geralmente em salas de reuniões de obras, escritórios e refeitórios. Uma televisão em uma residência leva em média de  7 a 10 anos para apresentar problemas. A duração de uma obra em si oscila entre 1 ano e meio a 3 anos dependendo do porte da obra, ou seja um mesmo televisor deveria atender no mínimo 2 obras, hoje colocando na ponta do lápis, teríamos  uma redução de R$ 1500,00 a R$2000,00 em um orçamento de uma nova obra, Não é significante? Para algumas pessoas não.

Logística reversa de mobiliários, consiste em reutilizar todos os materiais ferramentas e equipamentos utilizados em uma obra, em outra obra, lembrando que existem alguns equipamentos que perdem suas funcionalidades em certos períodos, como por exemplo computadores, que praticamente renova seus programas exigindo então uma máquina mas moderna e potente para certas atividades. Existe outro fator que é a distância entre obra onde muitas vezes o custo frete não é viável.

Em geral sabemos que no manual de uma obra, se define o administrativo para fazer a gestão desse patrimônio, e sabemos na verdade que o gestor desse patrimônio deveria ser o próprio usuário, ele deverá cuidar e zela por cada equipamento, mobiliário e ferramenta.
Qual seria uma das soluções hoje para eliminar esses índices que atualmente não é percebido; criar um centro de distribuição regional ? Criar um estoque temporário durante as obras? Criar uma área especifica para tratar do assunto? Realizar doações para os funcionários? Realizar sorteios? Leiloa-los? Ou simplesmente deixa como está, pois ainda não é preocupante para minha empresa. Existem diferentes maneiras de tratar esse assunto, basta cada empresa buscar soluções que se enquadre no momento em que ela está passando.
Qual seria a vantagem de controlar esses mobiliários? A resposta é simples, maior gestão financeira da obra, maior controle da área de suprimentos identificando a causa raiz de tantas compras, destinação correta dos resíduos, padronização dos canteiros de obras!
Será que é fácil? Não é fácil, mas não é impossível, se fosse fácil muitas empresas teriam programas voltado para esse momento importante que é o fim de uma obra.
Caso alguma empresa se interesse em elaborar projetos nessa área é importante a participação da diretoria.
Em um futuro breve todas as empresas antes de iniciar qualquer obra, deverá apresentar toda documentação de descarte de resíduos não somente dos entulhos e madeiras, mas em sua totalidade dividida por classe.
 "Em uma visita em um galpão de uma construtora em São Paulo verificamos que nesse local ficava armazenado equipamentos, mobiliários dos stand, mobiliários do escritórios, mobiliário das obras e materiais da assistência técnica. A equipe era constituída de 1 coordenado logístico, 1 auxiliar de logística, 2 ajudantes, 1 motorista e 2 seguranças (diurno e noturno). O Galpão era próprio da empresa.

Outro local visitado foi um centro de armazenamento temporário, que ficava localizado em uma obra em fase inicial. Como era feita a distribuição, existia um funcionário responsável no escritório central; que recebia uma solicitação, ao mesmo tempo esse funcionário comunicava ao motorista via rádio, o motorista realizava o carregamento na obra onde o material estava armazenado e realizava a descarga na obra solicitante. A equipe era constituída de 1 Supervisor logístico e um motorista com um veículo HR.

Outro caso interessante na obra em Brasília, a empresa possuía um programa de segurança do trabalho e os melhores funcionários no programa participavam dos sorteios dos principais equipamentos e mobiliários.

“As companhias prestam muita atenção ao custo de fazer alguma coisa. Deviam preocupar-se mais com os custos de não fazer nada.” (Philip Kotler)