Analisar
processos, refazer cálculos esse é o grande momento. A situação econômica que
aflige o país, apresenta diferentes resultados para diferentes mercados,
e que força as empresas a se adaptarem e replanejar suas diferentes
áreas e processos justamente para garantir a saúde dos negócios. Mas
existem processos que não são percebidos, como por exemplo o processo
de desmobilização de um canteiro de obra. Você já parou para analisar como
ele é complexo? A sua complexidade vai desde do momento de desmontar as áreas de vivência conforme efetivo da obra, até destinar todos os resíduos que possam atrapalhar uma entrega. O que não devemos esquecer que no meio dessa desmobilização existem equipamentos, mobiliários e ferramentas com altos valores e que todo esse material pertence a empresa e é a mesma que delega
essa responsabilidade de cuidar aos seus usuários, ou seja ao engenheiro e
seus subordinados. No desespero e calor do momento de uma
desmobilização, esse pensamento é muitas vezes é ignorado por muitos. É
normal visitar algumas obras e nos deparar com alguns
equipamentos e mobiliários como geladeiras, televisores, aparelhos de
ar- condicionado, cadeiras, computadores e laser rotativos, que
simplesmente estão em situações degradantes ou simplesmente foram extraviados durante a obra. É visível que exista uma certa dificuldade na gestão
desses patrimônios.Entendemos que muitas vezes esse custo aparece como
elemento surpresa no orçamento final da obra. Pequenos detalhes que faz
com que a empresa obtenha vantagens competitivas, faz toda diferença
nesse momento. Mas a pergunta é, qual o destino desses equipamentos pós
obra?
Em
um dos trabalhos de logística reversa feita em algumas obras, foram
constatado que 45% dos mobiliários, ferramentas e equipamentos são extraviados 35% são danificados
e descartados no meio dos resíduos,15 % são reutilizados em alguma
outra obra e 5 % são armazenados em um galpão qualquer? A diretoria de
obra,tem ciência do descarte desse equipamento? E a área de suprimentos
que muitas vezes realizam uma ou mais compras para uma mesma obra do
mesmo equipamento,será que alguém controla esses pedidos rotineiros por
obra?Um
gestor que acabou de finalizar uma obra e não possui ferramenta para
começar a próxima, será que é feita a pergunta aonde estão os mobiliários e equipamentos da obra anterior? É como se perguntasse, cade seu kit obra?
Muitas
perguntas e poucas respostas, pois hoje atualmente só pensamos em entregar
uma obra a qualquer custo, não que esse não seja um dos principais
pontos, mas realizar uma entrega planejada é eficiente faz com que a
empresa ganhe financeiramente benefícios em sua próxima obra.

Vamos
utilizar como exemplo, um televisor LCD 40" utilizada geralmente em
salas de reuniões de obras, escritórios e refeitórios. Uma televisão em
uma residência leva em média de 7 a 10 anos para apresentar problemas. A
duração de uma obra em si oscila entre 1 ano e meio a 3 anos dependendo do
porte da obra, ou seja um mesmo televisor deveria atender no mínimo 2
obras, hoje colocando na ponta do lápis, teríamos uma redução de R$ 1500,00 a
R$2000,00 em um orçamento de uma nova obra, Não é significante? Para algumas pessoas não.
Logística reversa de mobiliários, consiste em reutilizar todos os materiais ferramentas e
equipamentos utilizados em uma obra, em outra obra, lembrando que
existem alguns equipamentos que perdem suas funcionalidades em certos
períodos, como por exemplo computadores, que praticamente renova seus
programas exigindo então uma máquina mas moderna e potente para certas
atividades. Existe outro fator que é a distância entre obra onde muitas
vezes o custo frete não é viável.
Em
geral sabemos que no manual de uma obra, se define o administrativo
para fazer a gestão desse patrimônio, e sabemos na verdade que o gestor
desse patrimônio deveria ser o próprio usuário, ele deverá cuidar e zela
por cada equipamento, mobiliário e ferramenta.

Qual seria uma das
soluções hoje para eliminar esses índices que atualmente não é percebido; criar um centro de distribuição regional ? Criar um estoque temporário durante as obras? Criar uma área especifica para
tratar do assunto? Realizar doações para os funcionários? Realizar
sorteios? Leiloa-los? Ou simplesmente deixa como está, pois ainda não é
preocupante para minha empresa. Existem diferentes maneiras de tratar esse assunto, basta cada empresa buscar soluções que se enquadre no momento em que ela está
passando.

Qual seria a vantagem de controlar esses mobiliários? A
resposta é simples, maior gestão financeira da obra, maior controle da área de suprimentos identificando a causa raiz de tantas compras, destinação correta dos resíduos, padronização dos canteiros de
obras!
Será que é fácil? Não
é fácil, mas não é impossível, se fosse fácil muitas empresas teriam
programas voltado para esse momento importante que é o fim de uma obra.
Caso
alguma empresa se interesse em elaborar projetos nessa área é
importante a participação da diretoria.
Em
um futuro breve todas as empresas antes de iniciar qualquer obra,
deverá apresentar toda documentação de descarte de resíduos não somente
dos entulhos e madeiras, mas em sua totalidade dividida por classe.
"Em
uma visita em um galpão de uma construtora em São Paulo verificamos que nesse local ficava armazenado equipamentos, mobiliários dos stand, mobiliários do escritórios, mobiliário das obras e materiais da assistência
técnica. A equipe era constituída de 1 coordenado logístico, 1
auxiliar de logística, 2 ajudantes, 1 motorista e 2 seguranças (diurno e
noturno). O Galpão era próprio da empresa.
Outro local
visitado foi um centro de armazenamento temporário, que ficava localizado em uma obra em fase inicial. Como era
feita a distribuição, existia um funcionário responsável no escritório
central; que recebia uma solicitação, ao mesmo tempo esse funcionário comunicava ao
motorista via rádio, o motorista realizava o carregamento na obra onde o
material estava armazenado e realizava a descarga na obra solicitante. A
equipe era constituída de 1 Supervisor logístico e um motorista com um
veículo HR.
Outro caso interessante na obra em
Brasília, a empresa possuía um programa de segurança do trabalho e os melhores
funcionários no programa participavam dos
sorteios dos principais equipamentos e mobiliários.
“As companhias prestam muita atenção ao custo de fazer alguma coisa. Deviam preocupar-se mais com os custos de não fazer nada.” (Philip Kotler)